História da Ciência Atuarial
Desde a pré-história os
seres humanos temem os infortúnios que não podem prever, então, por meio da
ajuda mútua conseguiu-se diminuir as perdas e, portanto, satisfazer as
necessidades de segurança do grupo. Assim, para tentar se proteger do risco e se preservar das diversidades do tempo e de outros grupos rivais,
ajudavam-p ara manter a espécie, com
isso, formando uma cadeia chamada de mutualismo.
Para Silva A. (1999, p.
33) o mutualismo:
“Está relacionado à união de
esforços de muitos em favor de alguns elementos do grupo, já que estes,
isoladamente, não teriam condições de suportar prejuízo de monta. É o
sentido mais simples e natural da união de esforços. Evidentemente,
em cada grupo deve estar presente o interesse comum.”
Naquele período já existiam os seguros marítimos,
que eram feitos pelos navegadores por meio de empréstimos das pessoas que
dirigiam os bancos, aonde estes empréstimos deveriam ser devolvidos acrescidos
de juros caso a embarcação retornasse sem sofrer danos. No período de 753 a 510 antes de Cristo, ou seja, no
Império Romano, já se notava a preocupação em registrar os nascimentos e as
mortes ocorridas entre os habitantes de algumas regiões.
O
primeiro atuário da história foi Domitius Ulpiames, que deu os primeiros passos
para o desenvolvimento do "seguro de vida", interessou-se pelo
assunto e estudou documentos sobre "nascimentos" e
"mortes". Nos anos de 4500 antes de Cristo o papiro "Les
Tailleurs de Pierre de la Basse - Egipte" registrou uma
"caixa"com o objetivo de socorrer vítimas de certos infortúnios. Com
isso, no século XVII na Inglaterra e Holanda, instituições mercantis se
comprometiam, mediante recebimento de uma quantia única, a pagar a determinadas
pessoas, pensões vitalícias, em cumprimento das disposições testamentárias, das
quais desejavam se livrar os constantes devedores.
Ainda no século XVII, a França Pascal e Fermat
idealizaram o cálculo da probabilidade, na Holanda Graunt e Halley, na
Inglaterra, estudaram o problema executando as leis da probabilidade e a
longevidade humana, concluindo a partir dos registros de nascimento e óbitos. Em
1700 a 1900 ocorreu a construção de diversas tábuas de mortalidade e
desenvolvimento das comutações. Assim, havendo a criação do seguro de vida. A
fundação do Instituto de Atuários de Londres ocorreu em 1848. E em Bruxelas,
ocorreu o 1º Congresso Internacional de Atuária em 1895.
Em nível de
Brasil, o primeiro Curso de Ciências Atuariais, com formação universitária
específica obrigatória a todos os atuários, ocorreu em 1940, sendo a profissão
regulamentada em 1970, a partir do Decreto
Federal nº.66.408 de 03 de abril de 1970.
A
Ciência Atuarial teve sua origem após a falência destes sistemas de seguros do
século XV que, por não dominarem as técnicas atuariais, apresentavam
dificuldades financeiras.
De
acordo com Ramos (2002, p. 7), a partir daí, alguns matemáticos se interessaram
em estudar estes problemas. Assim, com essas dificuldades as companhias de
seguros instigaram alguns estudiosos matemáticos a pesquisar a frequência de
ocorrência de óbitos e doenças.
A
ciência atuarial é a ciência das técnicas específicas de análise de riscos e
expectativas, principalmente na administração de seguros e fundos de pensão. Esta ciência aplica
conhecimentos específicos das matemáticas estatística e financeira. Percebe-se assim, que é uma
ciência que estuda, analisa, dimensiona e quantifica os ricos. Dedica-se ao
estudo de eventos econômico-sociais envolvendo riscos e incertezas. Com base em
sua observação o atuário constrói modelos para auxiliar na avaliação das consequências
associadas a determinado fenômeno.
O estudo da Ciência Atuarial
divide-se em dois ramos: o vida e o não-vida. O primeiro trata das questões de
longo prazo, como aposentadorias, pensões e seguros. O segundo está relacionado
a características de curto prazo, como os seguros de automóveis e
responsabilidade civil.
Segundo
o Decreto-lei nº.806, de 04/09/69, o atuário é o técnico especializado em
matemática superior que atua, de modo geral, no mercado econômico-financeiro,
promovendo pesquisas e estabelecendo planos e políticas de investimentos e
amortizações e em seguro privado e social, calculando probabilidades de
eventos, avaliando riscos e fixando prêmios, indenizações, benefícios e
reservas matemáticas. Assim, resumidamente, o atuário é o profissional
academicamente capacitado para solucionar as questões relativas às aplicações
de seguros mediante a aplicação da Ciência Atuarial, sendo apenas deste a competência
de emissão de parecer sobre assuntos envolvendo problemas de avaliação atuarial
e o parecer atuarial. Além de ser também o responsável técnico por assinar
balanços das empresas de seguros e de capitalização e os balanços técnicos das
caixas mutuarias de pecúlios ou sorteios, quando publicados.
O
órgão representante dos atuários é o Instituto Brasileiro de Atuária - IBA, que
tem por objetivo a pesquisa e o desenvolvimento e aperfeiçoamento da ciência e
da tecnologia dos fatos aleatórios econômicos, financeiros e biométricos, em
todos os seus aspectos e aplicações.
* Texto elaborado pela aluna extensionista Ana Carla
com revisão e correção da profª Mirza Saraiva